segunda-feira, 31 de outubro de 2011

E agora Adoniran? Bom Dia Brasil








A Rede Globo não permite mais que seu vídeos sejam postados no YouTube, mas segue aqui matéria da Neide Duarte que de certa forma, ratifica tudo aquilo que venho falando no blog.
O link abaixo leva a matéria da Rede Globo, vale muito a pena: 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A Cidade e Seus Documentos: Vila Nhocuné

Detalhe do Folheto VILLA PENHA COLON
Voltando a falar do folheto Villa Penha Colon, é impossível para mim, que estudei história, que me interesso pela urbanização de São Paulo e que trabalho com mercado imobiliário não considerar este um material riquíssimo e de grande valor para entender uma área tão pouco considerada da cidade: a periferia.
Analisando as ruas descritas no cartaz, a estação que serviria o bairro não é possível dizer o local exato da Villa Penha Colon. A própria organização da exposição, por falta de maiores informações simplifica  o local como sendo um loteamento na região da Penha.

Etiqueta de identificação na exposição A cidade e seus documentos.
Ao invés de facilitar, a etiqueta aumenta a dificuldade de encontrar o local quando diz: Freguesia da Penha. Nossa colonização portuguesa nos fez batizar de Freguesia toda uma região, assim quando em 1895 se dizia em Penha, estava-se dizendo de toda a área que hoje chamamos de zona leste de São Paulo. Mas duas dicas ajudam a conjecturar sobre o local e sobre o que resultou este empreendimento: A estrada de ferro Central do Brasil e as Avenidas Principais: Christalino da Silve e Liberato Azevedo.

detalhe do folheto Villa Colon Penha
Em 1872, o Coronel Christalino Luiz da Silva Liberato Augusto de Azevedo e sua esposa Maria Calceira de Azevedo eram proprietários de um sítio de 5 mil metros quadrados a leste da Freguesia da Penha. Coronel Christalino era conhecido por seus escravos como Senhor Coronel, Sinho Coroné até que a corruptela Nho Cone acabou fazendo o sítio chamava Tapera da Finada Ignes ficar conhecido como sítio de Nhocuné. 
Nhocuné, ops, Christalino teve suas terras cortava em 1880 pela estrada de ferro Central do Brasil que ligava São Paulo ao Rio de Janeiro, o que representava um progresso significativo. Vendeu boa parte de sua gleba a Carlos Ferreira de Carvalho. Na área adquira por Carvalho ficava uma parada do trem, denominada 11 parada. E não é que Carlos Ferreira de Carvalho e sua esposa Isabel, devota da Santa homônima também seriam Avenidas da Villa Colon?

detalhe do folheto Villa Colon Penha
Com o crescimento da cidade (São Paulo passara de uma vila de 30 mil habitantes em 1870 para 240 mil em 1900) era natural que os grandes proprietários de glebas e fazendas empreendessem loteamentos imobiliários. 
Alguns fatos e desdobramentos me fazem crer que o Loteamento Villa Colon Penha não foi lá um grande sucesso. Nenhuma das ruas do projeto existe hoje na cidade, nem mesmo a estação Villa Colon. A primeira estação ferroviária localizada em terras que foram de Christalino Luiz da Silva foi inaugurada no anos 1920 e levou o nome do engenheiro responsável: Artur Alvim.

detalhe do folheto Villa Colon Penha
Loteamentos não vingaram em São Paulo do início do século XX por falta de legislação como já dito aqui no texto sobre o Pacaembú, é possível imaginar que na virado do século XIX a dificuldade era muito maior.
Só após a criação de leis sobre loteamentos, foi  que a partir dos anos 1930 que Antonio Estevão de Carvalho (este sim virou no de rua, terminal urbano e até de bairro) descendente do Senador Carlos Ferreira de Carvalho,  empreendeu loteamentos na região.
Por tudo isso é possível dizer que o terreno, que um dia fora destinado ao empreendimento Villa Colon seja o que hoje estão os bairros de Vila Nhocuné, Artur Alvim, Cidade Patriarca , Cidade A.E. Carvalho e Vila Ré. 
Foi aliás a Vila Ré, o cenário mais distante do Centro que inspirou Adoniran Barbosa, patrono deste blog a escrever um samba, onde a proximidade da linha férrea teria criado um imbróglio em um casamento realizado na região.


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Cidade e Seus Documentos


Estive ontem no Arquivo Histórico da Cidade de São Paulo no Bom Retiro motivado para conhecer a peça acima. Ela é parte da exposição "A Cidade e Seus Documentos" do órgão municipal. Com réplicas e alguns originais  devidamente protegidos e aclimatados, a exposição é gratuita e vai até dezembro. Interessante entrar em contato com documentos, testemunhas de diferentes épocas da capital paulista. O link com endereços e horários está aqui:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/arquivo_historico/

O cartaz original é datado de 1895, mede 34 x 65cm e refere-se a um loteamento na região da Penha, na zona leste da capital. Não sou especialista em marketing imobiliário, mas já é possível identificar aqui algumas características que perduram nas peças imobiliárias de hoje: Valorização:  "A Fortuna para todos compradores" "esplendidos terrenos"; Localização: "A fucturosa Villa Penha Colon caracteriza por si e sua especial situação topographica o que há de mais apto para um facil e benefico desenvolvimento"; Infraestrutura: "fica a primeira Estação da linha da E.F.Central do Brazil".


Analisando o projeto, idealizado pela empreza de colonização e immigração Vinas, Torres e Favre é possível dizer que tinha como foco os recém chegados imigrantes europeus oriundos da Itália e da Espanha, isto porque o loteamento fora divido em quadrantes e dois deles chamariam Largo de Hespanha e Largo de Italia, além disso, as ruas levariam nomes de regiões como Barcelona e Madrid ou de heróis italianos como Garibaldi ou Vitório Emanuelle. 

E foram os nomes das ruas principais, Liberato Azevedo e Christalino da Silva que deram a dica de onde ficava o loteamento. É o assunto do próximo post.


sábado, 15 de outubro de 2011

O Correio Eletrônico.

Em 1990 uma Reportagem da Record em fala de uma grande novidade: o Correio Eletrônico. Contava naquele momento com 260 usuários. Qual será a novidade daqui a 20 anos?

Haddad x Chalita (Nhô Ruim x Nhô Pior)


Hoje é dia do Professor e daqui a um ano teremos eleições municipais. Em São Paulo o que se desenha é uma disputa entre Fernando Haddad, ministro da educação e Gabriel Chalita que foi secretário de educação do Estado de São Paulo, ou um terceiro cenário com um sendo vice do outro.

De um lado um sujeito que representa o governo federal, que foi protagonista das trapalhadas cometidas durante o Enem (corrupção, roubo de provas, venda de provas) de formação marxista (cof, cof) é muito, muito ligado a Lula.

Gabriel Chalita é hoje do PMDB, ligado a igreja católica e foi durante muito tempo secretário de Educação de São Paulo. Representa o sucateamento da educação estadual e a maldição da progressão continuada.

A educação no Brasil é tão ou mais ridícula e vexatória que a saúde. Não entendo o que faz alguém pensar que algum desses dois senhores possa ser um bom prefeito. Juntos ou separados eles representam a burocracia, o pragmatismo e o nivelamento por baixo da educação brasileira.

Penso na campanha, nas plataformas de cada um, nas bandeiras de educação que serão levantadas e me enojo. Feliz 2016 eleitor paulistano.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eu gosto MUITO de São Paulo!


Eu tinha 15 anos de idade em 1990 quando meu pai me presenteou com um ingresso para o show "As Quatro Estações" do Legião Urbana (em São Paulo ninguém fala A Legião). Foi incrível ver ao vivo aquela banda que tocava toda a minha geração. 
Todos no estádio cantavam todas as músicas e quando em "Meninos e Meninas" Renato Russo enfatizava "EU GOSTO MUITO DE SÃO PAULO!" a multidão entrava em catarse absoluta.
Hoje faz 15 anos que Renato Russo morreu, não lamento, nunca penso "ah se ele estivesse aqui". Mas presto minha homenagem aquele que foi o maior poeta da minha geração. E tenho o maior Orgulho de ser da Geração que ouvia música em fita k-7, que aprendia a dirigir em fuscas e brasílias e aprendia três acordes no violão só para fazer bem a namorada. 
Obrigado por tudo Renato Russo!





domingo, 2 de outubro de 2011

Center Norte vai explodir?

Imagem da construção do Shopping Center Norte
E grande discussão da semana na cidade foi o risco de explosão do Complexo que abriga o Shopping Center Norte. Me assustei muito com a notícia. Quer dizer que sempre corremos risco? 
Foram inúmeras as vezes que estive ali. O Center Norte na realidade foi o primeiro shopping que eu e muitos da minha geração estivemos. O primeiro cinema, o primeiro Big Mac, o primeiro tênis de marca foram comprados ali. No Expo Center Norte fui em algumas feiras e no Carrefour o primeiro hipermercado que estive. E quer dizer que em algumas destas visitar tudo poderia ter ido pelos ares? 

Anúncio da inauguração do Center Norte
no Estado de SP em 1984
O tom fatalista que os jornais e principalmente os tele-jornais utilizam para passar a notícia de contaminação do solo é vergonhoso. Não acredito de maneira alguma na hipótese da explosão. Mas a forma como prefeitura e órgãos de fiscalização conduziram o caso beira o ridículo. Porque:
- o local era uma cava de garimpo do século XIX até meados dos anos 1930 quando da retificação do rio Tietê.
- Desde então os moradores de Vila Maria passaram a depositar lixo na cava.
- Nos anos 1970, a cava foi aterrada com restos das perfurações do Metrô e da construção do Terminal Rodoviário do Tietê.
- Entre 1979 e 1984 é construído o Shopping Center Norte.
- Em 2004, uma CPI da Câmara dos Vereadores descobre que o Shopping foi construído em um antigo lixão, a Cetesb é acionada e em 2010 ela exige providências para que o gás seja drenado.

Posso crer que nos 6 anos em que a Cetesb investigou não havia risco de explosão? Que neste meio tempo as lojas, os cinemas, os terminais de ônibus, o conjunto habitacional não foram para os céus por sorte?

Todo o alarmismo da notícia não fez bem a ninguém, nem a Cetesb, nem a Prefeitura nem ao Shopping. Mas os que mais sentirão os efeitos disso tudo são os funcionários que trabalham por lá que acusam o golpe. O movimento caiu mais de 40% às vésperas das festas de final de ano. 

Estado de SP - 1985
Pesquisando o tema e para a minha surpresa não é a primeira vez que isto acontece. Em 1985, um ano depois de inaugurar o complexo comercial, o então prefeito Mario Covas ameaçou derrubar o mesmo por conta de denuncias de corrupção. Sem uma política ambiental definida, os donos do shopping teriam pago propina para funcionários da prefeitura para aprovar a construção, o que teria despertado a ira de Mario Covas.


Sem Tombamento - Com Tombamento (atualizado)

Frente do Cine Belas Artes, fechado em março de 2011.
A notícia é fresquinha saiu hoje a tarde no ESTADÃO. O Condephaat decidiu autorizar o processo de tombamento do prédio do Cine Belas Artes. Enquanto o processo não chegar ao fim, o proprietário não poderá dar outro fim ao imóvel. 

E os órgãos que cuidam do patrimônio histórico de São Paulo decidiram pelo não tombamento do prédio que abrigava o Cine Belas Artes porque "não há fundamento constitucional para promover o tombamento do "lugar" dissociado da qualidade arquitetônica do edifício".  
OK. Prédios históricos temos aos montes na cidade. Ma o cinema de rua, opção ao circuito comercial; opção aos modernos e pasteurizados cines de shopping com seus caríssimos combos de pipocas com refrigerante; esse morre e não vai sobrando quase nenhum. 
O prédio do Belas Artes, ao lado do metrô Paulista, na Consolação vai virar loja segundo seu dono Flavio Maluf (que não é filho do deputado). Não tenho ideia do que vão vender por lá. Mas eu não compro nem sequer um saquinho de pipocas deles.


Procuradoria diz não a tombamento do Belas Artes (matéria do Estado de São Paulo)

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