quarta-feira, 15 de junho de 2011

Dá Licença de Contar...

Se o senhor não tá lembrado, dá licença de contá” com esses versos que Adoniran Barbosa inicia a narrativa de sua Saudosa Maloca, música de 1951 que seria desde então tratada como uma espécie de hino das transformações urbanas paulistanas.

Na história, Mato Grosso, Joca e o próprio narrador devem se mudar em função da demolição da casa em que viviam que dará lugar a um grande edifício.
Adoniran é ainda hoje o grande poeta de São Paulo. Soube sintetizar de maneira única a cidade , seus tipos e gêneros e principalmente suas transformações. Transformações que ele próprio era contra. Totalmente avesso ao novo, ao moderno, ao ‘progréssio’ como ele próprio dizia e cantava.

Sempre que uma mudança se anunciava, um novo boato surgia sobre este ou aquele local da cidade Adoniran era interpelado pelos amigos e imprensa: E agora Adoniran? Desta maneira surgiu, por exemplo, a música do Viaduto Santa Ifigênia, marco da cidade, anterior ao próprio Viaduto do Chá, o Santa Ifigênia seria desmontado segundo relato do músico. Assim nasceu a música em que o narrador hipoteticamente conta a inauguração da ponte que ligaria a cidade sobre o vale do rio Anhangabaú.



E é assim, tendo como pano de fundo as histórias do senhor Adoniran Barbosa que pretendo, muito humildemente, contar um pouco das transformações da cidade nos últimos 60 anos sempre através do viés do mercado imobiliário e das modificações que ele propicia a cidade.

Muita história, músicas e muito anúncio antigo pinçados dos jornais O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo é o que veremos por aqui.

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