sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Brás, a nova fronteira imobiliária


De costas. É assim que o mercado imobiliário apresenta o Brás, sua nova fronteira a ser explorada. Por ser uma região erma seus terrenos são baratos e as incorporadoras apostam ali sua fichas, a exemplo do que aconteceu na região da Bela Vista como descrevi em post para o MarketingImob em Pequena Metragem: a vez do público single.
Acontece que o Brás não tem lá muitos atrativos, ao contrário, é para moradia um dos bairros mais rejeitados da cidade dado a ser um bairro extremamente povoado durante o dia e deserto durante a noite. E ali também que ficava o edifício São Vito, que ficou conhecido como Treme-Treme pelo seu estado deplorável de deterioração e que por isso foi demolido em 2011. 

O material produzido para o Downtown em 2009 destaca a avenida Paulista mas esconde o edifício São Vito.
Para o mercado, olhando do ponto de vista do morador, o principal atrativo do Brás é ficar muito próximo do Centro e dessa proximidade extrair o máximo de benefícios. Nos projetos mais recentes lançados no bairro a tática é a mesma: mostrar as regiões centrais e a avenida Paulista.

Agora em 2012, a Requadra usa a mesma estratégia divulgar o Sampa, seu projeto na região.
Já com o São Vito demolido, uma praça deverá ser construída no local.

Visto de frente o Brás é um bairro pouco verticalizado em comparação com os outros bairros centrais.

O filme Brás: Sotaques e Desmemórias baseado no livro homônimo do Lourenço Diaféria conta toda a história do Brás. O trecho abaixo mostra como o bairro encolheu e regiões que mesmo pertencendo ao Brás, por vergonha talvez, passaram a se declarar como Moóca ou Belém.


Exemplo do que foi dito no parágrafo anterior é o badalado MaxHaus. Seu projeto na região foi batizado de Mooca mesmo ficando no Brás como está inclusive em seu site. Morar na Moóca é In, é o que muita gente sonha. Quando não se encontra terreno a preço acessível, empurra-se um pouco pra lá o Brás e está resolvido o problema.

MaxHaus Mooca que fica no Brás, perto da estação Bresser.

O comprador de imóveis não é bobo. Não comprou o MaxHaus porque acreditou que ele fica Moóca ou zerou os empreendimentos Vallore e Downtown porque eles estão próximos a Av Paulista. O que fez o sucesso de vendas foi a possibilidade de valorização e a aposta de que o Brás pode ser a exemplo do que foi a Vila Leopoldina e a Barra Funda a nova fronteira imobiliária na cidade de São Paulo.



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